Para quem conhece o António Setas, enquanto escritor, jornalista e homem de uma apurada mão para a culinária, sabe que ele nunca tentaria ludibriar qualquer júri. Que a introdução na sua obra que concorreu ao Prémio Sagrada Esperança de citações de um livro, que por sinal ele traduziu, não significa plágio, deliberada intenção de imitar ou copiar fraudulentamante, não foi isso que ele fez, e quem o conhece sabe disso, o que, de qualquer modo não o iliba de falhas, é claro.
Baseado nas experiências de colagens literárias, que, para ele, tanto como para nós, são limpidíssimas homenagens aos textos referenciados, o ti Setas, colou. ipsis verbis, passagens de Mbah (de que imediatamente revelou a origem, antes de saber do“caso”), e fê-lo depois de ter reflectido e renunciado a fazer uma versão pessoal inspirada de Mbah, o que a seu ver, aí sim, teria cheirinho a plágio. É que plágio, diz o dicionário de língua portuguesa, é «imitação ou cópia fraudulenta», ora, à imitação renunciou, recusando servir-se do texto de Mbah para elaborar outro, nele "inspirado"; por outro lado, se os seus juízes consideram que as suas colagens são cópias, o nosso amigo pergunta, "Mas onde é que está a fraude? Fraude existiria se não revelasse a minha fonte, ora foi isso que eu fiz, o que, de resto, foi num primeiro tempo favoravelmente aceite por Irene Neto". Mas agora respeita a opinião do júri. Acha que lhe foi lançado um repto e vai aceitá-lo: este ano vai tentar fazer qualquer coisa para concorrer de novo a este Prémio Sagrada Esperança.
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