Uma associação de vítimas de padres pedófilos anunciou ter apresentado queixa ao Tribunal Penal Internacional contra o Papa e três outras altas figuras da hierarquia do Vacticano “por crimes contra a humanidade”.
Com o apoio da organização não governamental norte-americana Centro para os Direitos Constitucionais, a SNAP (sigla em inglês de Rede de Sobreviventes dos que Sofreram Abusos por Padres), a queixa foi já apresentada em Haia, onde fica a sede do tribunal. Esta é complementada por um dossier de “mais de 20.mil páginas de material de apoio, que consiste em relatórios, provas de crimes de clérigos católicos cometidos contra crianças e adultos vulneráveis”, explica um comunicado.
Os membros da SNAP são dos Estados Unidos, Alemanha, Holanda e Bélgica, quatro países tocados pelo escândalo da pedofilia na Igreja. Existe há 23 anos e diz ter mais de 10 mil membros – nem todos foram molestados por membros da igreja católica, há também se assuma como vítima de rabis ou padres protestantes.
“Está a ser dada coberta aos autores de crimes praticados contra dezenas de milhares de vítimas, a maioria delas crianças, pela mais alta hierarquia do Vaticano. Neste caso, todos os caminhos vão mesmo dar a Roma”, disse Pam Spees, a principal advogada do Centro para os Direitos Constitucionais, citada no comunicado de imprensa.
Além do Papa, são acusados Angelo Sodano, reitor do Colégio dos Cardeais e antigo secretário de Estado do Vaticano; o Cardeal Tarcissio Bertone, actual secretário de Estado, que antes trabalhava na Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), organização que geria os casos de abuso sexual; e o Cardeal William Lavada, chefe da CDF.
“Estes homens agem em impunidade e sem terem de prestar contas a ninguém. As figuras do Vaticano acusadas neste caso são responsáveis pela tortura física e psicológica de vítimas por todo o mundo, tanto pela responsabilidade na linha de comando, como por encobrirem directamente crimes. Devem ser levados a julgamento como quaisquer outros detentores de poder que praticaram crimes contra a humanidade”, completou Spees.
Juntamente com queixa, foi apresentado um “requerimento de declaração de competência jurisdicional” para o Tribunal Penal Internacional poder ter jurisdição sobre o Vaticano, por crimes cometidos pelos seus agentes em todo o mundo. "O primeiro passo será analisar se os alegados crimes caem dentro da jurisdição do tribunal", disse Florence Olara, porta-voz do procurador Luis Moreno-Ocampo.
fonte: radioculturaangolana.com
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