quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Despedimentos estranhos no CFL



Dezenas de trabalhadores foram despedidos por não conseguirem vender determinada quantidade de bilhetes e consideram tratar-se uma medidade injusta e com dois pesos. 
A direcção dos Caminhos de Fero de Luanda (CFL) está a ser acusada de recorrer a metódos estranhos para efectuar despedimento de funcionários. Fazendo fé a fonte, a direcção, chefiada por Osvaldo Lobo do Nascimento determinou que cada trabalhador venda seis mil bilhetes, mensalmente, e os que não conseguem são pura e simplesmente despedidos, numa atitude considerada injusta, sobretudo por quem já se encontra na rua. “Primeiro é que se trata de uma meta quase impossivel de alcançar e, pelo que sei, ninguém conseguiu por isso interrogamo-nos porque é que uns foram despedidos e outros não?”, argumentou uma das vítimas, acrescentando que a direcção está a usar o referido pretexto apenas para reduzir o pessoal em virtude dos constragimentos financeiros. “Há momentos que as locomotivas avariam, e, na maioria dos casos, os utentes recusam-se a pagar quando tal acontece. As saidas tardias da estação também são outros motivos para não se alcançar esta meta”. 
A suspeita de tratar-se de mero pretexto para diminuir o pessoal é reforçada pelo facto de entre os despedidos estar também pessoal da area de segurança que foi despedida “por terem duas faltas, a direcção diz que uma falta equivale a três”, argumentou um dos membros da comissão sindical. 
Folha8 apurou que a comissão sindical do orgão apresentou um caderno reivindicativo sendo que as reivindicações foram ignoradas pela direcção da empresa, segundo os sindicalistas, argumentando que a direcção “limitou-se a apresentar uns relatórios que não respondem as preocupações dos trabalhadores”. Exonerações arbitárias, ameaças, arrogância e intrigas partidárias são algumas das preocupações dos trabalhadores. As tentativas para obter a versão da direcção do CFL resultaram em fracasso em virtude do devido a indisponibilidade da mesma. No entanto, as acusações postas agora a circular vão contra os aplausos que a administração de Lobo do Nascimento tem recebido pelo exercício de, em tempo em tempo, pronunciar-se sobre os resultados da empresa. Em Julho, por exemplo, anunciou que a empresa arrecadou no primeiro semestre do ano  mais de 90 milhões de kwanzas com a realização de  2.617 viagens na rota suburbana e de longo curso, transportando cerca de um milhão 554 e 303 passageiros em comboios do tipo Tramueis e Expresso, no percurso Luanda/Viana/Kwanza Norte/Malanje e vice-versa. Os serviços comerciais ferroviários Luanda/Kwanza Norte/Malanje foram reinauguradas a 13 de Janeiro do ano em curso cerca de dezoito (18) anos depois de terem sido interrompidos devido ao conflito armado. A reconstrução da linha de caminho-de-ferro Luanda/Ndalatando/Malanje iniciou em 2005 com verbas do Fundo Internacional da China (FIC) e permitiu a reconstrução de 600 passagens hidráulicas, 16 estações e 40 pontes e pontões. 

Sedrick de Carvalho

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