Além de encarecer o preço do líquido preciso, a operação Água para Todos que visou o combate ao garimpo de água inundou alguns bairros de Viana
Os bairros Caop A e B, em Viana, encontram-se parcialmente intransitáveis devido a lagoas causadas por roturas nas condutas da EPAL, causadas pela destruição em massa dos reservatórios (tanques) de água, recentemente, efectuada por técnicos da EPAL e agentes da Polícia na operação denominada “Água para Todos” que visou combater o garimpo de água.
Os populares das referidas zonas, no entanto, mostram-se descontentes com os resultados da referida operação. Além das ruas alagadas, a mesma dificultou o acesso ao líquido precioso, provocando alta do preço. Apesar de reconhecerem o mal que o garimpo da água causa, os populares defendem que a EPAL antes de partir para o desmantelamento das redes praticantes deveria preocupar-se em criar condições para evitar o quadro que se assiste actualmente com pessoas a caminharem quilómetros à busca do produto.
Relativamente a ruas interditadas, a referida situação tem embaraçado o trabalho dos taxistas que vêem-se obrigados a efectuar inúmeras manobras para poder chegar nas respectivas paragens e, pelo facto, passaram a cobrar mais.
O Folha 8 não poupou esforços para ouvir os responsáveis da EPAL nas zonas referidas, mas sem sucesso, por se mostrarem indisponíveis a prestarem declarações ao nosso semanário. No entanto, os responsáveis máximo da EPAL defendem a urgência no combate ao garimpo de água pelas elevadas percas financeiras. Segundo os dados que têm tornado público, a empresa perde mensalmente cerca de 1 milhão e 500 mil dólares.
“Só no ano passado esse valor ascendeu aos 17 milhões de dólares. A acção do garimpo, é algo que tem penalizado muito as populações, e nós EPAL, temos estado conscientes dessa realidade, e por conta disso é que entendemos que a acção que foi levada a cabo conjuntamente com a polícia nacional e o governo da província de Luanda, acabou por trazer alguns resultados satisfatórios, sobretudo em determinadas zonas que haviam ficado penalizadas por um período prolongado, os resultados estão por vir”, aludiu recentemente o director comercial da EPAL Adalberto Azevedo. O referido discurso, no entanto, não convenceu os defensores da ideia de que a EPAL deveria primeiro criar as condições para que a população que beneficiava do negócio ilegítimo de água pudesse ter o líquido pela via legal.
Sedrick de Carvalho
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