segunda-feira, 12 de março de 2012

Universidades Privadas - Propinas acima do salário base



Os estudantes universitários, adstritos a função pública reclamam o elevado preço das propinas mensais nas universidades particulares, face ao mínimo salário que auferem.    

A propina mensal das universidades privadas cobre 100% do salário básico dos funcionários do Ministério do Interior e da Direcção Provincial dos Serviços de Fiscalização de Luanda, nomeadamente a ordem pública, bombeiros e os fiscais. 
O salário de 25 mil Kwanzas, muitas vezes não serve para pagar a mensalidade do curso superior e suprir algumas necessidades prioritárias. Razão das inúmeras preocupações dos jovens estudantes pertencentes a estas instituições.
As mesmas classificam os salários por categoria, sendo que, a diferença salarial entre o técnico médio e o superior é de 75%. Portanto, o técnico médio é tido como técnico de terceira e aufere um salário ínfimo na ordem dos 25 mil Kwanzas, pois que, o técnico superior tem um salário acima de 100 mil Kwanzas, e muitas das vezes fazem o mesmo trabalho.  
Face a esta injustiça, alguns trabalhadores do governo adeririam ao ensino superior como solução de melhores condições salariais. Os aspirantes à licenciatura lamentam o facto das empresas do estado, não remunerar segundo a condição economia do país e valorizar o empenho laboral.

Universidades Públicas

Muitos dos discentes pós laboral pagam na ordem dos 15 mil Kwanzas mês nas faculdades da Universidade António Agostinho Neto, pese embora, não haver vagas para todos. Neste âmbito o governo abriu o campus universitário e disponibilizou 4 mil vagas para centenas de milhares de jovens fora do sistema universitário, em Luanda. “Mais um programa falhado”.
A diferença do valor percentual entre as propinas das universidades privada e pública é acima de 100% para cursos de ciências sociais e mais de 200% para o curso de ciências exactas.

Universidade Privadas

Estas instituições surgiram para suprir o défice de técnico superior no mercado laboral Angolano. Já no que respeita a preços, a tabela mostra uma percentagem de 125 a 250% em relação ao salário básico e mais de 100 por centos em relação a propinas das instituições públicas.
O valor da matrícula varia entre 100 e 250 dólares norte americanos, quanto a propina mensal depende do curso e varia entre 250 e 350 dólares americanos.
A campeã com elevado preço é a Universidade Lusíadas de Angola, seguida da universidade Católica, Jean Piaget e Metodista. Estas instituições de ensino oferecem uma gama de opções, nomeadamente direito, economia e gestão, sociologia, enfermagem, engenharias (construção civil, electromecânica, electrotecnia, informática de gestão e petróleos) farmácia, medicina, e entre outros cursos.
Segue-se a UPRA, IGS, ISTA, UTANGA, com variadíssimos cursos tais como: direito, engenharia informática, gestão comercial e marketing, gestão de recursos humanos, informática de gestão, organização e gestão de empresas, relações públicas, sociologia, etc.
Os preços da propina estabelecidos são em função da filosofia comercial da universidade.  
Marisa Garrido, finalista do ensino médio e aspirante ao ensino superior, mostra – se preocupada por haver universidades a leccionar cursos não autorizados pelo Ministério do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia. Afirmou que “muitas destas universidades privadas não foram aceite pelo ministério da educação por não apresentarem condições de aplicar as técnicas do ensino superior, mais, mesmo assim elas estão operando. Face a desorganização do país” chama atenção também, aos estudantes que pretendem ingressar ao ensino superior a analisar as referidas instituições de ensino.  
Quanto que, a economista Leila Leitão Ribeiro discute a questão de “haver estudantes de instituições privadas de ensino superior que defrontam dificuldades que vão desde a existência de cursos ilegais, aos altos preços das propinas”, não esquecendo de abordar a falta de condições básicas para o funcionamento de algumas instituições.
A mesma solidariza – se com os estudantes de cursos não autorizados pelo Estado, de encontrarem serias dificuldades na obtenção dos diplomas de fim de curso.

Toni Neto

Família ao relento por culpa da requalificação no Cazenga


Uma família está a pernoitar ao relento no Zango III, desde o passado dia 29 de Fevereiro de 2012, face ao Programa de Requalificação levada a cabo pelo Governo da Província de Luanda (GPL).   
A família em causa era moradora da residência 2666 que se encontrava defronte a Vala do Suroca, no município do Cazenga e tal como outras da zona foi demolida em virtude do Programa de Requalificação do Cazenga. 
Após as referidas demolições, os moradores foram transferidos para o Zango III, mas por alguma falha no processo a família de Fernando Miguel Katabe não foi contemplada por supostamente não constar na lista das moradias demolidas. Ou seja, continua no Cazenga, mas ao relento como consequência da demolição da sua residência. 
A família em causa conta que foram orientados a remover a mobília pela equipa da Unidade Técnica de Saneamento do GPL e assim fizeram. A residência foi, seguidamente, demolida, mas a foi impedida de subir aos meios de transportes que estavam a transportar os moradores para o Zango. Depois de alguns dias ao relento, a família decidiu ir por meios próprios ao Zango mas sem sucesso. 
Desta feita, continua a viver a mesma dificuldade, mas, desta vez, no Zango. “Estou a dormir na rua com a esposa e os sete filhos e nem se prontifica a resolver a minha situação”, desabafou Fernando Katabe. 
Como consequência da referida situação, reclama, perderam grande parte dos bens como são os casos dos “cadeirões, panelas baldes, lençóis e outros”. O Departamento de Unidade Técnica de Saneamento escusou-se a falar do assunto. 

Antunes Zongo